sexta-feira, 10 de abril de 2020

Embraer em Évora continua a produzir

As duas fábricas que a empresa Embraer tem em Évora “continuam em produção”, apesar de a construtora aeronáutica ter trabalhadores em tele trabalho e outros em férias, como resposta à pandemia da Covid-19, segundo a empresa e fonte sindical.

Foto: Reuters

“Não houve constrangimentos na produção” apesar da pandemia da Covid-19, revelou hoje Arlindo Duarte, director de recursos humanos da empresa Embraer Portugal, em resposta a questões enviadas pela agência Lusa.

Uma outra fonte da Embraer Portugal, igualmente contactada pela Lusa, sublinhou que as duas fábricas em Évora, uma dedicada a estruturas metálicas e outra à produção de materiais compósitos, “continuam em produção”.

“E estamos a implementar as mais variadas acções para proteger os trabalhadores do novo coronavírus”, de acordo com os planos de contingência implementados, frisou.

O director de recursos humanos da construtora aeronáutica brasileira em Portugal revelou também à agência Lusa que, “até ao momento, não tem havido dificuldades no sistema de distribuição e transporte de componentes fabricados” na cidade alentejana.

O SITE SUL – Sindicado dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul disse hoje à Lusa que a Embraer está “a cumprir todas as condições de segurança nas fábricas de Évora”, adiantando que a empresa “aconselhou os trabalhadores a irem agora de férias, durante três semanas”.

Não foi bem pressionar, mas convidaram os trabalhadores a ir de férias, desde segunda-feira desta semana. Nem todos foram, mas houve alguns que aceitaram, tanto numa fábrica como na outra”, disse fonte do SITE SUL.

O mesmo sindicalista disse também que “as linhas de produção não estão paradas”, e que “outros trabalhadores, dos serviços em que tal é possível, estão em tele trabalho”.

Confrontadas pela agência Lusa sobre se de alguma forma houve imposição da empresa para o gozo de férias antecipadas, as duas fontes da Embraer Portugal negaram.

A empresa não implementou o regime de férias colectivas. De momento, estamos a gerir os planos de férias de acordo com as necessidades dos trabalhadores e interesses da empresa”, avançou a empresa Embraer.

Questionada se admite recorrer ao regime de “lay-off” simplificado criado pelo Governo português, a Embraer disse que está a acompanhar” de perto a evolução deste tema específico”.

E o evoluir da conjuntura do negócio irá determinar a nossa adesão ao mesmo e às suas respectivas condições de aplicação às nossas unidades”, acrescentou o director de recursos humanos da empresa em Portugal.

Na terça-feira passada, o jornal brasileiro Folha de S. Paulo revelou que a Embraer tinha proposto, no dia anterior, a suspensão de parte de contractos de trabalho e reduções de 25% dos salários de funcionários das áreas de engenharia e de linhas de produção, noticiou a agência Lusa.
Fonte da empresa Embraer afiançou hoje à Lusa que “a situação mencionada na reportagem da Folha de S. Paulo vale somente para o Brasil” e considerou “importante ressaltar que nenhuma decisão foi tomada”, pois, “as negociações ainda estão em andamento”.

Um “conjunto de medidas” para “a segurança dos colaboradores e “stakeholders”” da Embraer foi definido “desde o início do surto do novo coronavírus (SARS-CoV-2)” na Europa, segundo a empresa em Portugal, com “acções e medidas efectivas” para eliminar “o risco de contágio”, aposta “na manutenção dos postos de trabalho” e “na minimização das contingências e perpetuação do negócio”.

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